segunda-feira, 6 de setembro de 2010

BONITO - Agosto 2010

Pessoal, este foi o primeiro post feito pelo Leandro, com alguns toques meus é claro, mas por isso está em 1a pessoa e ele retrata bastante da percepção dele durante a viagem. Ficou bem legal!!

DADOS E HISTÓRIA
Localizada a 330 km da capital Campo Grande com 15.253 habitantes (censo de 1996), a cidade está na Serra da Bodoquena que constitui destacada unidade de relevo localizada na porção centro-sul do Estado de Mato Grosso do Sul. Não se trata de uma serra propriamente dita, e sim de um planalto com escarpa voltada para o Pantanal. O planalto é praticamente todo constituído por rochas carbonáticas muito puras, que se originam por deposição no fundo de um antigo oceano que ali teria se formado há 550 milhões de anos atrás. Esforços tectônicos que ocorreram na crosta terrestre, provocaram intensos dobramentos nas camadas de calcário e originaram altas montanhas. A paisagem da Serra da Bodoquena é diferente. Nela se desenvolveram imensas cavernas e os seus rios são de águas de incrível transparência. Ao longo dos rios há formações calcáreas na forma de cachoeiras e represas naturais, denominadas pelos geólogos de tufas calcárias. Estas formações estão em contínuo crescimento, é por isso que se diz: "Em Bonito as cachoeiras crescem!". O núcleo habitacional que se transformaria na sede do Município de Bonito, iniciou-se em terras da Fazenda Rincão Bonito, que possuía uma área de 10 léguas e meia e foi adquirida do Sr. Euzébio pelo Capitão Luiz da Costa Leite Falcão, que ali se aportara em 1869, e é considerado o desbravador de Bonito, tendo sido também seu primeiro escrivão e tabelião. Assim é Bonito, onde a admirável natureza nos dá a oportunidade de aprender a respeitá-la.

EXPERIÊNCIA
Confesso que quando surgiu a idéia de ir para Bonito, sugestão dada pela Carol, fiquei um pouco desconfiado, afinal era muita natureza para o meu gosto, mas posso afirmar que nem o nome da cidade expressa aquilo que pude contemplar durante a semana que estive lá, a variedade de atividades é incrível e o contato com a natureza acaba mexendo com você. É realmente impressionante! A dica que tenho para quem visita Bonito é procurar fazer atividades diferentes, abaixo vamos dar detalhes dos passeios que fizemos, estivemos em grutas, fizemos flutuações, visitamos fazendas, o pantanal, uma praia artificial e andamos a cavalo, vale muito a pena experimentar um pouquinho de tudo em Bonito. Estivemos por lá no final de Agosto e inicio de Setembro, muito sol e um pouquinho de frio à noite. Vale a pena levar um casaco na mala. Bonito é uma cidade pequena, praticamente o centro se resume a uma avenida. Todos os passeios requerem deslocamentos, por isso é importante ter uma agência de viagem para garantir vaga nas atrações, principalmente em feriados e temporada, além dos traslados.
Usamos a Tucano Tour, uma parceira da CVC. Fizemos um pacote com CVC, pois na época cotamos por fora e por incrível que pareça, ficava mais caro, principalmente se buscar um vôo direto Guarulhos X Bonito voando TRIP. Porém o que era vantagem foi perdido, 15 dias antes da viagem tivemos a noticia que os vôos da TRIP tinham sido cancelados naquele período. A opção foi voarmos TAM até Campo Grande e depois mais 6hs até Bonito. Se puder voar direto faça isso, você ganha tempo e evita o cansaço da viagem, pois as estradas não são tão boas. Outro ponto é que alguns passeios estavam inclusos no pacote da CVC e outros escolhemos por lá, tentamos ocupar todo o tempo disponível. Um ponto forte em Bonito é a estrutura para o turista, em todos os passeios existe um ambiente estruturado para total aproveitamento, desde lojinhas que aceitam cartões de credito até locais específicos para descanso, tudo é muito bem pensado visando à satisfação do turista.


PASSEIOS E PONTOS TURÍSTICOS

Segunda-feira (Manhã) – Gruta do Lago Azul. É impossível ir a Bonito e não visitar essa gruta que é o principal cartão postal da cidade. Descoberta por um índio Terena em 1924, a caverna possui em seu interior um lago azul com dimensões que a tornam uma das maiores cavidades inundadas do planeta. Em 1992 uma expedição Franco-Brasileira de mergulhadores, encontrou uma série de fósseis de mamíferos - como o tigre de dente de sabre e a preguiça gigante - que viveram durante o período geológico do Pleistoceno, 6.000 a 10.000 anos atrás.
Após uma descida de 100 m, você se depara com um lago de águas intensamente azuladas, cuja profundidade estima-se ser de 90 m. Possui formações geológicas no teto e no piso da gruta repletos de espeleotemas de várias formas e tamanhos. Ninguém sabe ao certo de onde vêm suas águas, acredita-se na existência de um rio subterrâneo que alimenta o lago. O que mais chama a atenção na gruta é a cor da água, de um azul anil impressionante e inacreditável. É preciso esfregar os olhos para acreditar. Uma curiosidade é que no canto equerdo do lago, há um reflexo que com só um pouquinho de imaginação, forma as iniciais “LA”. Na foto é possível observar isso. A natureza é fantástica.
Duração: 3hs.




Segunda-feira (Tarde) – Bote no Rio Formoso. Para quem tem vontade de fazer um rafting mais não tem oportunidade, vale a pena experimentar um percurso de 8 km até a Ilha do Padre, ultrapassando três cachoeiras e duas corredeiras. É um rafting “leve” onde até mesmo crianças e idosos podem participar. As quedas não são muito altas, mas tem um certo impacto. É muito gostoso!! Nas margens do rio podem avistar-se macacos, pássaros e até sucuris, que principalmente no inverno saem das águas e se enrolam em troncos de árvores. Quando o bote chega a águas tranqüilas, você tem a oportunidade de nadar e mergulhar em um dos rios mais cristalinos do mundo. No final do passeio você estará na Ilha do Padre que é mais uma opção de lazer com várias cachoeiras.
Duração: Meio-dia




Terça-feira (Manhã) – Gruta São Miguel (http://www.grutasdesaomiguel.com.br/). Optamos por outra gruta, pois se tratava do que o nosso saudoso guia Rauthemar (é impressão minha ou os nomes do guias são sempre peculiares?) definiu como gruta seca, diferente da Gruta do Lago Azul. O acesso às grutas é feito através de uma emocionante trilha pênsil com quase 200 metros de extensão, que permite caminhar por entre as copas das árvores em meio à mata virgem, levando o visitante até a gruta principal. Começa então uma aventura através de um mundo subterrâneo, cheio de surpresas e encantamento. A Gruta Principal mostra uma imensa quantidade de espeleotemas, formações calcáreas antiqüíssimas, e de uma variedade de formas impressionante. Ao longo do passeio conhecemos estalactites, estalagmites, travertinos, coralóides e pérolas, além de vermos a coruja suidara. Ao contrário de outras grutas da região, as Grutas de São Miguel, são cavidades naturais secas cujo processo de evolução se encerrou há muito tempo, o que se constitui em mais um atrativo.
Duração: 1hs30.






Terça-feira (Tarde) - Cavalgada Fazenda Rio Formoso. Pra quem nunca andou de cavalo como eu o passeio foi ótimo, a experiência de andar a cavalo é inexplicável e a trilha em meio à mata cerrada tem paisagens lindas e a possibilidade de contemplar um por do Sol espetacular. O passeio ficou ainda melhor quando paramos em uma plataforma para banho no Rio Formoso. Embora este ponto do rio não esteja perto da nascente, as águas são límpidas, com vários peixes e em algumas partes pode-se mergulhar sob troncos submersos. Claro que eu dei um mergulho! Curiosidade sobre os cavalos, dizem que eles assumem a personalidade de quem está montando, não sei se é verdade, afinal a Loira, égua que a Carol estava montando era um pouco nervosinha, totalmente coincidência (rsrsrs). Eu montei o Gigante, cavalo tranqüilo, deu até para dar umas galopadas. No final quando voltamos à sede da fazenda fomos surpreendidos com um café da tarde, bolos e uns deliciosos pãezinhos de queijo.


  
Quarta-feira (manhã) – Flutuação no Ro Sucuri. O passeio começa com uma agradável e leve caminhada pela mata que permite observar diversos animais e árvores. O local já fornece (incluso no valor do passeio) o equipamento para a flutuação (neoprene, snorckel, máscara, colete salva-vidas e uma botinha própria para flutuar). Este percurso inclui uma visita à nascente do Rio Sucuri. No final da trilha, inicia-se a parte aquática do passeio: uma descida de 45 minutos flutuando calmamente ao sabor da leve correnteza, observando cardumes de diversas espécies de peixes – como as piraputangas – e plantas aquáticas. A visibilidade é de dezenas de metros, graças à composição calcária das rochas onde nasce o rio. O passeio é impressionante, a visibilidade dentro d’agua é realmente inexplicável. A profundidade na descida é pequena e você vai poder avistar muito mais plantas e formações rochosas que peixes. Vale a pena! Curiosidade: A novela "Alma Gêmea" com a Priscila Fantin foi gravada neste rio! Tem diversas fotos dela e do elenco na casa principal.
Duração: 3hs




Quarta-feira (tarde) – Praia da Figueira. Para um santista de nascimento, acostumado a estar na praia e com tão fácil acesso ao belo Litoral Norte de São Paulo, ir à uma praia artificial no Mato Grosso do Sul deveria valer a pena, e este passeio já estava pago (parte do pacote)... A seguir uma descrição do que posso concluir hoje ser de um bom vendedor:
"Conheça a praia de Bonito com água doce e transparente, peixes, areia branca, bar molhado, carretilha de 30 metros, pula-pula, Discovery no naufrágio duplo (avião e barco), flutuação, scotter, caiaques, biribol, vôlei de areia, frescobool... Tudo acompanhado de muito sol e calor. No bar da Figueira deliciosos petiscos para saborear a beira da areia e no Restaurante da Praia será servido um cardápio com o melhor da culinária regional debaixo da figueira. E depois de um dia de muita diversão você ainda poderá tirar aquele cochilo no redário."
Sinceramente foi a única decepção em Bonito, nada que estragasse a viagem, mas não recomendo a Praia da Figueira, nem o sol apareceu esse dia, o que deixa o lugar mais triste. Outro ponto negativo é o “mar” que na verdade é um lago, sujo e cheio de lodo, impossível de ser aproveitado e olha que eu adoro água, mas dessa vez não deu. Valeu pelo relax e pelo passeio de pedalinho, afinal qual casal do mundo não fez um passeio de pedalinho?
Duração: Meio-dia.


Quinta-feira (dia inteiro) – Fazenda São Francisco (http://www.fazendasanfrancisco.tur.br/), município de Miranda (Pantanal Sul). O passeio mais esperado. Fomos visitar o Pantanal, que é a maior área continental alagável do mundo. São aproximadamente 210.000 km2 espalhados por três países da América do Sul: Paraguai, Bolívia e Brasil, sendo a maior parte desta planície localizada em território brasileiro. É considerado um dos locais mais ricos em biodiversidade no Mundo. Este ecossistema possui a maior densidade de vida silvestre das Américas, sendo comparado com as savanas da África. O Pantanal faz parte da Bacia do Alto Paraguai, tendo o Rio Paraguai seu principal meio de escoar o excesso de água das chuvas. Dentro deste ecossistema é possível encontrar cerca de 650 espécies de aves, 95 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis, sendo importante refúgio para algumas populações de animais ameaçados de extinção como a onça-pintada, o cervo-do-pantanal, o tamanduá bandeira e a arara azul. O Pantanal possui 175 rios que desembocam no rio Paraguai que é o principal rio do Pantanal, isso proporciona um habitat favorável ao desenvolvimento de uma rica vida aquática. O Pantanal está cercado ao norte pelas Serras dos Parecis, Azul e do Roncador; a leste, no Planalto Central, com a Serra de Maracajú, ao sul pela Serra de Bodoquena e a oeste pelos chacos paraguaio e boliviano.
O passeio foi ótimo, mas bem cansativo. A van passou no hotel as 4hs30 da manha, foram mais 3hs de viagem até a fazenda.
A expectativa era grande, íamos fazer um safári pela manhã e um passeio de chalana a tarde, a promessa era vermos jacarés, capivaras, cervos e quem sabe, quem sabe uma onça. A esperança é a ultima que morre certo? Iniciamos a manhã com o safári fotográfico que é realizado em confortáveis carros, percorre estradas entre as reservas de matas nativas e campos de arroz irrigado. Neste passeio é possível observar a fauna pantaneira e ver animais como cervos, capivaras, jacarés e muitas aves como o tuiuiú - ave símbolo do pantanal. Com sorte é possível avistar tamanduás, antas e até a majestosa onça pintada, o que não aconteceu no nosso caso. Na verdade a onça é um animal noturno, a possibilidade de avistá-la durante a manhã é muito rara. Mas todo o resto, jacarés, cervos, pássaros e capivaras fizeram o safári ser inesquecível. O safári termina bem na hora do almoço e vamos degustar uma comidinha de fazenda. Confesso pra você que sempre fico preocupado com as opções de comida, afinal meu gosto é extremamente limitado, mas não me decepcionei, estava tudo muito bom. Depois fomos para a sobremesa, alguns doces caseiros, a Carol adora, eu avistei algo o que salvaria a minha sede por doce. Doce de leite. Você gosta de doce de leite? Eu como doce de leite com tudo, algumas tardes a panela de pressão na casa dos meus pais e agora na minha casa fica cozinhando uma lata de Leite Condensado, depois é só abrir e comer de colher, uma delicia!!!. Peguei então um pratinho com um pouco de doce de leite e para minha surpresa, foi o doce de leite mais gostoso que já comi na minha vida. Após o almoço procurei alguém da fazenda, queria trazer um contêiner de doce de leite pra São Paulo, mas a informação que recebi é que o pasto não estava bom e só havia para fabricação própria. Que tristeza, agora só fica a lembrança de tão deliciosa sobremesa. O segredo? Doce de leite de búfala. Após o almoço um pouco de descanso na rede, até ser acordado por um tatu almoçando e depois alguns Avestruzes se aproximaram e aproveitamos para bater algumas fotos.
O passeio de chalana é realizado no Corixo São Domingos - um braço do Rio Miranda. Neste passeio é possível visualizar aves que vivem nas margens dos rios como o martim pescador, biguas, garças, socós, gaviões e muitas outras. O jacaré muitas vezes é visto bem de perto. Com sorte, ariranhas, lontras e até um tamanduá podem cruzar na frente do barco. São realizados também pescaria esportiva de piranhas e visita à figueira centenária. Vimos muitos jacarés, inclusive eles são amigos dos guias, é verdade, o bichos tem até nome (rsrsrsrsrs). Também paramos para a pesca de piranhas, que depois foram dadas de alimento para os jacarés, e eu, um pescador nato, afinal minha infância foi pescando ao lado do meu avô nos muros da Ponta da Praia, fiquei 30 minutos tentando e não consegui pegar um peixinho, que diga uma piranha, foi decepcionante. Que bom que o açougue é pertinho de casa (rsrsrs). Depois disso voltamos para a fazenda e nos esperava um lanchinho. A iguaria da vez era um caldinho de piranha, você encararia? Mais 3hs de estrada e estávamos novamente em Bonito.









 


Sexta-feira (manhã) – Flutuação Rio da Prata. O passeio inicia-se com uma agradável caminhada pela mata ciliar do Rio da Prata, através de uma trilha interpretativa. Inúmeras árvores centenárias, orquídeas e bromélias são encontradas no trajeto, e existem boas chances de se observar aves e animais silvestres. A trilha termina na nascente do rio Olho D'Água, uma imensa piscina natural de águas cristalinas. A suave correnteza leva os visitantes calmamente por um passeio em um mundo subaquático fantástico, habitado por dezenas de espécies de peixes e plantas aquáticas. Você se verá cercado por piraputangas, dourados, curimbatás, piaus, matogrossinhos e outros peixes do Pantanal. Com sorte, um jacaré, uma sucuri ou até mesmo uma lontra poderão cruzar o seu caminho (Sorte?). Você flutuará rio abaixo, percorrendo em torno de 2 km, até o encontro dos rios Olho D'Água e Rio da Prata. Nesse ponto, será possível escolher entre continuar flutuando ou embarcar em um pequeno barco de motor elétrico. Mais uma vez fomos surpreendidos pela beleza do lugar, desta vez a variedade de peixes era muito maior, a dificuldade na flutuação também, mas foram momentos inesquecíveis. A sensação do silêncio acolhedor do rio é maravilhosa, você não pensa em mais nada e somente observa como aqueles seres se movimentam e encantam. O Olho D’Agua onde é a nascente, é como se fosse um vulcão no fundo do rio, é possível descer 2 metros mergulhando e observar mais de perto. Neste ponto vimos um pequeno jacaré há alguns metros, mais ele só estava descansando (rsrsrs). No meio do caminho também vimos uma Anta, estava tentando atravessar o rio quando passamos. Aqui o almoço também foi uma delicia e encontrei o
segundo melhor doce de leite que comi na vida e esse felizmente conseguimos trazer um pouquinho para Santos!
Duração: 4hs









Sexta-feira (Tarde) – Buraco das Araras (http://www.buracodasararas.tur.br/). É um passeio contemplativo que dura aproximadamente uma hora, o visitante pode observar os caprichos da natureza, que combinou perfeitamente tons de vermelho e verde para decorar o local. Ao mesmo tempo, pode ouvir o chamado das aves ecoando nos paredões rochosos, abrigo ideal para as araras-vermelhas. Se for na época certa, o aroma de flores e frutos do Cerrado, como a guavira, também será parte desta experiência sensorial. As adaptações das plantas para sobreviver em um terreno pobre e seco podem ser sentidas na ponta dos dedos, nas folhas e troncos grossos e ásperos ao longo da trilha. Outro passeio que estávamos ansiosos para fazer, o horário não ajudou muito, mas mesmo assim vimos muitas araras em uma paisagem incrível, algumas voando em conjunto, como se tivessem ensaiado um show panorâmico para os turistas boquiabertos. Valeu a pena!
Duração: 1h





Sábado (dia inteiro) – Fazenda Rio do Peixe. Cachoeiras ornamentais, inúmeras piscinas naturais, uma fauna atraente com macacos, araras, tucanos, entre outros. Neste paraíso você pode curtir e relaxar nas duchas das cachoeiras, aventurar-se entre os cardumes de peixes das piscinas naturais e depois saborear um delicioso almoço sul-mato-grossense, acompanhado dos “causos” contados pelo proprietário da Fazenda. Pela manhã conhecemos a propriedade e passamos por cachoeiras e tirolesas, tudo isso por uma trilha com bela paisagem. No retorno um belo almoço estava nos esperando, a variedade de comida foi espantosa, inclusive de doces caseiros, a Carol experimentou todos (+ de 10). Depois do almoço vimos um verdadeiro show do Sr. Moacir (proprietário da fazenda), que deu comida para os macacos, eles vem pegar a banana na sua mão, e exibiu a Arara Azul abrindo uma torneira para tomar água, a mesma arara que pousa no seu braço para tirar foto. Contato direto com a natureza, mais uma bela experiência em Bonito.

OBS.: Flutuação do Rio Sucuri e Flutuação do Rio da Prata estão no Guia 4 Rodas Brasil 2011 como duas das cinco melhores atrações do Brasil.








HOSPEDAGEM
Ficamos hospedados na Pousada Água Azul, é um local simples, escolhemos por estar somente a 300m do centro. Como a intenção era ficar pouco na pousada a opção veio a calhar. Não tivemos nenhum problema com as acomodações, inclusive existe uma adaptação ao turista, um dia o café da manhã foi servido um pouco mais cedo, devido a saída para um passeio e no dia do Pantanal foi nos oferecido um kit com lanche para comermos durante a viagem.
GASTRONOMIA
Fui para Bonito disposto a fazer diferente, afinal iria dar uma chance a diversidade. Isso foi o que eu pensei, mas não tive coragem, nem um filezinho de jacaré, comida típica da região, eu tentei encarar.
No domingo a noite, primeira refeição em Bonito, fomos na OCA Choperia, foi minha pedida mais radical de toda a viagem, pizza Mandi-oca, creme de mandioca com filé. Neste bar tudo é feito de mandioca. Não é nada sensacional mas tava gostoso! Na segunda-feira no almoço fomos no restaurante O CASARÃO, a pedida foi um medalhão de filé (sobremesa na faixa). Preço razoável, compatível com a qualidade da refeição. A noite aceitamos uma indicação e fomos no GUGU Lanches, lugar simples, se tiver afim de comer um hambúrguer, para uma cidade turística o X-burguer foi R$ 5,80. A porção de fritas também foi bem barata, e eles são bastante rápidos no atendimento. Depois fomos até um café/lanchonete chamado VICIO DA GULA, a torta de limão vale a pena. Terça-feira no almoço fomos no AQUARIO a pedida foi um nhoque 4 queijos, sem graça, não recomendo. A noite TABOA, o bar mais antigo e tradicional de Bonito, que também é cachaçaria. O lugar é bem rústico. Comemos uma porção de carne-seca com mandioca, a nossa pedida original era bolinho de carne seca, mas não tinha, é sempre um ponto negativo para o estabelecimento. Eles também vendem uma cachaça de fabricação própria. A sobremesa foi na sorveteria DELICIAS DO CERRADO, e uma iguaria da cidade é o sorvete assado, você precisa conferir, salada de frutas com sorvete e cobertura de marshmallow que é levado ao forno, a Carol comeu e disse que estava uma delicia. Quarta-feira a noite, outra indicação, restaurante CASA DO JOÃO, pedimos o filé da casa, estava gostoso, recomendo. O lugar é novo e bonito, atendimento ótimo e comida boa. A sobremesa foi uma tapioca em uma barraquinha na praça principal. Sexta-feira, indicação do Guia 4 Rodas, CANTINHO DO PEIXE. A pedida pra mim, claro que foi filé, mas a Carol pediu um suco de Guavira e um file de pintado ao molho de urucum, segundo ela estava delicioso, ela recomenda. Não deixe de conferir o CANTINHO DO PEIXE quando estiver em Bonito. Sábado foi o ultimo jantar e eu precisava comer uma pizza, fazia quase uma semana. Encontramos na praça principal a Pizzaria VENUS (forno a lenha). Pedimos ½ Pantaneira (carne de sol) ½ Palmito especial, a pizza estava ótima, para quem gosta de pizza bem recheada, vale dar uma passada.
OBS: Todos estes estabelecimentos ficam ou na Avenida principal ou em travessas, são todos muito fáceis de achar e aceiram cartão de crédito e débito.


CURIOSIDADES
  • Todos os lugares trazem canudo quando você pede uma bebida, independente da bebida;
  • Não tem presunto nos cardápios, é sempre apresuntado;
  • Gelo é sempre cobrado a parte, provavelmente porque a água em Bonito é rica em magnésio devido ao excesso de calcário encontrado no fundo dos rios. Água mineral lá é ouro!
  • O valor de todos os passeios são tabelados pois todos são localizados em propriedades particulares e podem ser encontrados nos sites de qualquer agência local. 





















ILHABELA - Julho 2010

DADOS E HISTÓRIA

Esta linda ilha, de 348 Km² e hoje habitada por cerca de 23 mil pessoas já era habitada muito antes da chegada dos primeiros europeus ao Brasil, provavelmente até antes de Cristo, por indígenas pescadores, que não dominavam a agricultura e nem a produção de cerâmica, vivendo apenas do que encontravam na natureza.
A história colonial de Ilhabela começa quando os integrantes da primeira expedição exploradora enviada por Portugal à Terra de Santa Cruz chegaram a Maembipe em 1502. Vespúcio escreveu mais tarde que, se realmente existisse um paraíso na Terra, este certamente estaria muito próximo a esta região, hoje denominada Litoral Norte de São Paulo. Por diversos motivos a região permaneceu desabitada por muitos anos e somente em 1608 é que os primeiros colonos se estabeleceram, sendo sua atividade principal o plantio da cana e a produção de açúcar, utilizando exclusivamente mão-de obra escrava. Francisco de Escobar Ortiz construiu os dois primeiros engenhos de açúcar da Ilha de São Sebastião, mas sua principal atividade era o comércio de escravos, trazidos de Angola em um navio de sua propriedade.
A Ilha de São Sebastião foi integrada ao território da Vila de São Sebastião e assim permaneceria até o início do século XIX. Durante todo esse tempo, as águas do Litoral Norte foram intensamente procuradas por corsários e piratas europeus e argentinos.
Curiosidade: O navio espanhol “Príncipe de Astúrias”, conhecido como o Titanic brasileiro está naufragado nas águas de Ilhabela. Este é considerado o maior naufrágio da costa brasileira, tendo ocorrido em 1916 na Ponta da Pirabura, extremo sul de Ilhabela, próximo à Praia do Bonete, deixando 477 mortos. Além deste existem mais de cem outros naufrágios, o que torna Ilhabela a segunda região de maior concentração de naufrágios no Brasil.

Pôr-do-sol na balsa

EXPERIÊNCIA

Agora as coisas se complicam... Minha experiência com este lugar vem de tempos remotos, de quando eu ainda não exisitia. Quando minha vida se resumia a um simples estado fetal... quem garante que eu não fui gerada lá? Talvez isso explique esse frenesi, essa obsessão que tenho por Ilhabela! Ah detalhe, ILHABELA, e não Ilha Bela. Sempre tenho raiva de quem escreve errado! Enfim... já escrevi poemas, crônicas, já falei, já suspirei por essa cidade. Tenho viajado bastante e conhecido lugares diferentes e por si só encantadores, mas nenhum deles substituiu o lugar mais profundo do meu coração em que Ilhabela está escondida.
São anos de lembranças, histórias, afetos e desafetos. Lembranças de criança, de menina, de mulher. Lembranças que me fazem sorrir e outras que arrancam lágrimas amarguradas. Lembranças que nem consigo entender, talvez memórias de sangue e não de visão.
Tudo isso nunca vai fazer sentido para quem não partilha da mesma sensação. Meus irmãos, tenho certeza, entenderão cada linha desse post. Outros, não imaginam do que estou falando. De qualquer forma não podia ser um post comum.


Eu na Praia do Curral



Praia da Balsa


Vista da pista principal - Lado sul





PASSEIOS E PONTOS TURÍSTICOS

As atrações de Ilhabela são as praias – e que praias. Cenários inspiradores de areias cor de mel e águas cristalinas. Bem mais cristalinas há cerca de 15 anos atrás, quando certas “invasões” ainda não tinham sido realizadas... Eram algumas ruas sem asfalto, um cheirinho de terra molhada, e praias inalteradas. Mas mesmo com toda a evolução comercial e turística dos últimos anos, as praias ainda oferecem o mesmo charme e atraem centenas de turistas.
Costumamos dividir as praias em lado norte e sul, sendo a balsa a referência da divisão. A característica mais marcante das praias do lado sul em minha opinião é o estilo mais nativo. Você não consegue ver a maioria delas da pista, pois as árvores ou pequenas trilhas as escondem. Já as praias do lado norte tornam a pista beira-mar muito mais agradável, mas a presença de hotéis enormes e luxuosos dão um toque diferente.
Gostaria de ressaltar algumas praias que exigem visita obrigatória, embora sem muitos detalhes; - Praia do Curral: A penúltima do lado sul, uma das mais badaladas de Ilhabela, com muitos bares, restaurantes e hoje o hotel mais famoso de Ilhabela, o DPNY.
- Praia do Julião: Prainha pequena no lado sul localizada entre as Praias Grande e do Curral.

Tarde na Praia do Julião


Entardecer na Praia do Julião


- Praia da Feiticeira: Também do lado sul, bastante charmosa.
- Praia do Bonete: No extremo sul, o acesso é remoto: através de uma trilha de nível difícil com  cerca de 3 horas ou via mar através de lancha, canoa motorizada ou embarcações do gênero. Na Praia do Curral existem alguns transportes mas também pode ser agendado em agências com antecedência.
- Praia dos Castelhanos: Localizada à leste, é a maior praia de Ilhabela com 1km de extensão. O acesso é feito somente de jipe por uma trilha de 22km ou via mar, através de escunas e embarações em geral.
- Praia do Jabaquara: Localizada no final da estrada, ao norte da Ilha, seu acesso é através de um trilha. Com 500 metros de extensão, esta praia, é um recanto entrecortado por uma cachoeira, abrigando algumas casas de caiçaras, barcos e muitas àrvores.

Vista de cima da Praia do Jabaquara (tirada por mim :p)

- Praia do Sino: Fica no lado norte da balsa e a atração principal é uma pedra que faz barulho de sino, confira o vídeo abaixo.



Existem ainda algumas cachoeiras como Cachoeira da Lage (no caminho da Praia do Bonete), Cachoeira da Toca, Cachoeira do Gato, todas muito bem conceituadas.
E ainda, um destaque para quem gosta de mergulho: diversos pontos como Ilha das Cabras e também os naufrágios podem ser considerados verdadeiros santuários marinhos.


HOSPEDAGEM

Não tenho muitas dicas de hospedagem pois sempre me hospedo na casa de parentes ou alugo casas de conhecidos. Aliás, essa é uma boa dica: existem muitas casas de temporada com preçons bons, basta pesquisar. Se for em turma, compensa muito mais do que pousadas.

GASTRONOMIA

Poucas dicas também... mas gostaria de deixar três opções:
- Sorveteria Rocha: Clássica sorveteria na Vila (centro comercial). Tem picolé e massa por quilo, muito bom. Acho que nunca fui para a Ilha sem dar uma passadinha no Rocha!
- Açaí Caminho dos Ventos: Localizado no lado sul entre as praias Grande e Curral, hoje é uma lanchonete com diversas opções. Mas a dica fica somente para o açaí, que é algo que eu realmente curto e nunca provei nenhum melhor do que lá.
- Nova Iorque: Restaurante localizado na costeira do extremo sul de Ilhabela, cujo destaque é para a vista sensacional do por-do-sol. Comi um prato com lula, não lembro o nome agora, mas sei que não era frita nem à dorê. De qualquer forma, acredito que tudo lá deva ser muito bom, mas com destaque para frutos do mar.